Ao longo de sua trajetória realizou cursos no Brasil dentro da Pestalozzi e na Fundação Getúlio Vargas, e a principal experiência foi em dois estágios em Paris. O primeiro estágio foi no Centro Internacional da Criança, sobre desenvolvimento e comportamento da criança e do adolescente, com duração de seis meses, pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O segundo curso foi realizado na Associação dos Estagiários Técnicos da França, destinado à educação infantil, no Hospital Psiquiátrico Sapir Píer e no Instituto de Cegos de Paris, com duração de um ano, custeado pelo governo francês.
Foi selecionada pelo governo para fazer um curso na Escola Superior de Guerra e defendeu uma tese sobre bem-dotados, quando trabalhava no Ministério da Educação. Realizou viagens por vários países da América Central e do Norte. Manteve contato e trouxe professores de outros países para ajudarem a formar professores na Educação Especial, por meio de curso, seminários e palestras.
Em 1962, recebeu o convite para trabalhar como encarregada do Setor de Psicologia no Instituto Benjamin Constant (IBC), onde permaneceu neste cargo até 1964, depois assumiu a chefia da seção de serviço geral e por fim, em 1967, atuou como chefe do setor de orientação Educacional. Nesse mesmo período foi convidada a integrar a Diretoria Executiva da Campanha Nacional de Educação e Reabilitação de Deficientes Mentais (Cademe), por meio de uma nomeação pela Portaria nº 3.513, do Ministro da Educação e Cultura, de 28 de setembro de 1970, no lugar do então Diretor-Executivo desta Campanha, José Cândido Maes Borba. Cargo ocupado até a extinção da Cademe em 1973, quando passou a dirigir o Cenesp por oito anos.
Em 03 de julho de 1973, foi fundadora e nomeada diretora geral do importante Centro Nacional de Educação Especial (Cenesp), órgão de grande relevância do MEC. Durante sua gestão no Cenesp, dentre tantos feitos, aperfeiçoou a organização, a competência e as atribuições no Regimento Interno, que então foi aprovado pela Portaria 550, assinada pelo Ministro da Educação e Cultura, Ney Braga, em 29/10/1975.
A Professora Sarah, permaneceu no Cenesp até 1979, período em que muito contribuiu para a política pública de Educação no Brasil. No campo social, foi também na companhia de Helena Antipoff, que exerceu importante militância na causa da pessoa com deficiência, principalmente na área da educação especial. Por influência de sua Mestra, igualmente se tornou discípula de Johann Heinrich Pestalozzi, e de sua pedagogia social, atuando ativamente na disseminação e no fortalecimento do Movimento Pestalozziano no Brasil.
Sarah continuou a integrar a vida pública e participar de eventos relacionados com a Educação Especial brasileira. Participou do Comitê Nacional para Educação Especial, instituído pelo Decreto nº 91.872, de 4 de novembro de 1985, que tinha como objetivo “traçar a política de ação conjunta para aprimorar a educação especial e integrar a sociedade às pessoas com deficiência, com problemas de conduta e superdotados”.
Juntamente com Helena Antipoff e outra importante ativista, Lisair de Moraes Guarino, em 28 de agosto de 1970, participou da fundação da Federação Nacional das Sociedades Pestalozzi, hoje Fenapestalozzi – Federação Nacional das Associações Pestalozzi, que nasceu para congregar as Associações Pestalozzi.
No ano de 1979 foi transferida para a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para trabalhar no curso de Pedagogia. Atuou por aproximadamente oito anos, ministrou disciplinas e cursos na área da Educação Especial até se aposentar. Quando estava à frente do Cenesp, ingressou no mestrado da UFRJ, na área de Gestão.
Ao longo de sua trajetória, Sarah conseguiu várias condecorações e premiações. Dentre as principais honrarias, destacam-se – Ordem Nacional do Mérito Educativo – Medalha do Mérito Educacional do Rio de Janeiro; – Prêmio Nacional de Direitos Humanos – Brasília DF; – Prêmio Brasil + Inclusão, Categoria Mérito Darci Barbosa, que demonstra sua importância para a Educação Especial perante os trabalhos desenvolvidos na Sociedade Pestalozzi do Brasil – RJ, no Ministério da Educação, por meio da Cademe e do Cenesp, e na UFRJ, onde se aposentou.
De todas as atuações da Professora Sarah Couto Cesar, não resta dúvida que sua principal dedicação foi ao Movimento Pestalozziano, principalmente na Federação Nacional, da qual foi uma das fundadoras e dedicou toda sua vida como voluntária, apesar dos seus compromissos como docente e dirigente de cargos públicos. Atuou em diversos cargos executivos na Federação, desde o primeiro como Vice-Presidente, até 08 de maio de 2020, quando exercia o cargo de Presidente do Conselho de Honra.
Professora Sarah, partiu dessa vida, mas com certeza nos deixou seu importante legado na frase de sua Mestra Helena: “As coisas bem-feitas não surgem de uma vez. É uma soma de esforços, cada elo a seu tempo com função determinada, preparando os futuros elos, de uma corrente infinita”. Helena Antipoff.