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Tiago Würth

Tiago Würth

Tiago Würth nasceu em 28 de fevereiro de 1893 na Baviera, Alemanha. Seus pais foram Jacques Würth e Catharina Barberich Würth. Passou os 13 primeiros anos de sua vida em Paris, onde estavam radicados seus pais e diversos parentes. Em Paris frequentou a escola dos Irmãos da Doutrina Cristã, a Escola Comunal dos Battignolles e o Ginásio Chaptal. Prosseguiu seus estudos na Bélgica, na Escola Normal dos Irmãos Maristas em Poemmeroeul, formando-se em Valenciennes no dia 24 de junho de 1909.

Veio para o Brasil no mesmo ano, onde fez o seu primeiro estágio crítico de magistério no Rio Grande do Sul, que teve a duração de três anos. Retornou a Paris em 1912 a fim de prosseguir seus estudos. Aprovado como mestre em Orléans, não chegou a assumir, face a um convite de patrocínio de estudos, feito por um tio materno, na Alemanha. Matriculou-se nas academias de Comércio de Gander Manhein e Frankfurt/Mein, onde concluiu seus estudos humanísticos e de pedagogia. 

Em 1913 recebeu convite do Cônsul da França em Manhein, Paul Deschars e dos seus antigos professores do Chaptal, Freitag e Simonot, para retornar a Paris visando ingresso na Escola Consular. O convite foi reforçado pelo Sacerdote Edmond Loutil, o famoso Jornalista católico Pierre L’Ermite, cuja amizade continuou até a sua morte em 1957.

A guerra de 1914, contudo, prejudicou esta opção, pois Tiago Würth não pôde se ausentar da Alemanha e nela ficou retido até 1919. Durante o período da Primeira Grande Guerra prestou serviços pela Cruz Vermelha a prisioneiros de guerra, operários e civis, para os quais conseguiu liberdade de domicílio com colocação em casas de família, sob sua responsabilidade. Esta iniciativa lhe valeu uma inesquecível homenagem em novembro de 1918, quando 600 ex-prisioneiros belgas desfilaram à frente de sua casa jogando margaridas à sacada do prédio, de onde Tiago Würth assistia comovido à demonstração de agradecimento.

Casou-se na Alemanha com a Sra. Johanna Thoma Würth no ano de 1917. Ainda bastante abalado com a destruição que observou durante a guerra, optou por residir no Brasil no ano de 1919. No novo lar o casal dedicou-se ao ensino particular, dando aulas de línguas em vários municípios do interior do Rio Grande do Sul: Passo Fundo, São Sebastião do Caí, Pinheiro Machado, Santa Maria, Alegrete, até o ano de 1926. Foi neste ano, mais precisamente em 26 de outubro, que iniciou seu Instituto Pestalozzi para alunos excepcionais, primeiro em Porto Alegre e no ano seguinte, em regime de internato, na cidade de Canoas. Instituição não governamental, pioneira no Brasil em Educação Especial. 

A princípio, o Instituto funcionou com um único setor – o da escola auxiliar para alunos detidos, retidos ou perturbados na sua progressão educacional. Mais tarde, nasceu o segundo setor do Pestalozzi: um arquivo e um instituto de pesquisas com ampla divulgação de todas as particularidades das excepcionalidades. Ao lado do seu trabalho no internato pestalozziano para a infância e juventude deficiente ou em dificuldades, manteve, até 1945, os seus cursos particulares de línguas na Capital, pois com a receita destes dava andamento ao trabalho de estruturação de sua obra no Pestalozzi. Tiago Würth e sua família, abdicando de seu próprio bem-estar, deram ao Estado e ao País um trabalho assistencial de primeira grandeza para trazer aos deficientes e inadaptados o socorro educacional que os dê condições para uma vida melhor.

Conhecedor profundo da causa da infância e juventude, o Prof. Tiago deu um enfoque social à sua obra, inspirada no grande pedagogo suíço, Pestalozzi. Seu legado ainda está vivo, crianças e adolescentes com deficiência recebem até hoje atendimento especializado na associação, um divisor de águas para a qualidade de vida delas e das famílias. O professor Tiago Matheus Würth faleceu no dia 18 de março de 1979. 

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"A vida educa. Mas a vida que educa não é uma questão de palavras, e sim de ação. É atividade."

Johann Heinrich Pestalozzi